segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Reflexões sobre a morte

Boa tarde.
Sábado perdi uma pessoa muito importante, e gostaria de falar sobre isso, colocar para fora.
É muito estranho você falar com a pessoa às 20 horas, e na madrugada receber um telefonema avisando que ela faleceu.

Mas como assim faleceu? Sem nem ao menos reclamar de nada, sem estar passando mal, sem dar indícios de que não esta bem?
Pra mim a morte só deveria chegar pra quem quer morrer. Pra quem já cansou, pra quem já viveu tudo que tinha que viver, pra quem teve tempo de se despedir dos amigos, das pessoas que ama. Eu acho que a gente  que deveria escolher quando quer ir. E não essa coisa imposta, chegou sua hora, se você viveu bem, se não viveu problema seu porque você esta indo.
Eu não sei lidar com perda de pessoas. Fico pensando se tiveram tempo de pagar a fatura do cartão, se tiveram tempo de abraçar mais uma vez o neto ou o filho, de fazer uma recomendação, de falar eu te amo, de perdoar. O fato é que nunca dá tempo de fazer tudo que se queria.
A morte traz uma sensação de impotência. De fato, ela tem mistérios que eu nunca conseguirei desvendar, não sei qual o critério para se concluir que "chegou sua hora, esteja preparado o não".
Será que a gente fica sabendo quando esta chegando nossa hora? Será que é fácil aceitar que esta acabando nosso tempo? Ou será que é assim sem imaginar mesmo? Mistérios...
Eu não tenho medo de morrer, eu tenho medo de que as pessoas que eu amo morram. Mesmo acreditando em vida pós morte, eu não quero perder ninguém, sabe. Quero que todos fiquem comigo até que eu morra. Egoista da minha parte? Pode ser, mas é isso que penso.
Apesar da dor da perda, eu estou bem. Saí do enterro com uma sensação boa, de tranquilidade. As coisas vão ficar bem.
E se realmente existe vida pós morte, com certeza um dia a gente se encontra lá no outro lado, e continua nossa tragetória.
Saudades eternas do meu segundo pai, da pessoa que mais viu qualidades em mim , e da pessoa que mais me incentivou a ser tudo o que eu sou agora. Te amo, Agangessô, e pena que não pude te falar mais vezes o quanto você é importante para mim.
Um homem que levava a sua crença muito a sério, e que fazia tudo com amor e carinho.
Um grande Juremeiro, de muita ciência e sabedoria.
Um zelador de Orixá sem igual.
Como todo ser humano tinha seus defeitos, mas pelo menos comigo, seu saldo foi o mais positivo possível.
Que Oya lhe conduza bem ao Orum, e que esteja reservado à você , Baba Mi um bom lugar lá.
Saudades eternas.

Sind'Oya


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